quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

"A população que fique tranquila"

A reportagem de capa de Época São Paulo deste mês, nas bancas desde o último sábado, faz uma análise dos tropeços administrativos verificados em 2009 e dos mais recentes pronunciamentos, algo desconexos, registrados pelo prefeito Gilberto Kassab diante do caos em que a cidade se meteu no janeiro mais chuvoso dos últimos 77 anos. O texto é assinado por mim. Promovemos, em oito páginas, um generoso cruzamento de dados que nos permite concluir que faz tudo parte do mesmo pacote: o descontentamento da população em relação à cidade, os equívocos do orçamento aprovado para 2010 pela Câmara, a queda de popularidade do prefeito e, é claro, a previsão de gastos recordes em publicidade oficial da Prefeitura para este ano. A seguir, a imagem da capa e o primeiro parágrafo da matéria:

"Tradicionalmente conhecido como um período de pouca agitação - com estudantes em férias, Legislativo em recesso e 20% dos carros afastados das ruas -, janeiro foi um mês trovejante em São Paulo. Até o dia 25, a cidade não vivera nem sequer dois dias consecutivos sem alagamentos. O maior dilúvio do ano, na manhã do dia 21, inundou 120 pontos, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências, e causou a morte, apenas na capital, de pelo menos quatro pessoas. O Rio Tietê transbordou e, no Jardim Romano (Zona Leste), onde os moradores festejavam o terceiro dia com os pés secos após 40 sob as águas, dezenas de casas voltaram a submergir. Também inundado, o túnel Tribunal de Justiça (Zona Sul) sofreu interrupção de tráfego por 38 horas devido a falhas no sistema de drenagem. Enquanto funcionários da Defesa Civil reviravam entulhos e milhares de pessoas enfileiravam-se em 111 quilômetros de congestionamento, o prefeito Gilberto Kassab afirmou: "A população que fique tranquila. Os recursos têm sido usados da melhor maneira possível, e vai continuar sendo assim."

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