domingo, 14 de agosto de 2011

Dia dos pais, o primeiro de muitos

Hoje ele me acordou logo cedo. Ainda não foi dessa vez que ele pulou na minha cama trazendo um desenho nem se pendurou no meu braço dizendo "pai, acorda... levanta, paiê...". Mas ele estava lá, serelepe, dando cambalhotas no barrigão da Aline. Eram 7h30 - e eu saquei, imediatamente, que era a mim que ele queria. Através da pele, através do carinho que temos um pelo outro, pai e filho, trocamos um longo abraço. E nos beijamos, pai e filho, meio por vocação, meio por telepatia. Coisas que o amor explica melhor do que as palavras.


A atual edição da revista Crescer traz um texto meu, intitulado "Pai em Construção". Nele, transito entre as fantasias e as tensões, as delícias e as descobertas dessa fase gostosa e (inevitavelmente) apreensiva que estamos vivendo aqui em casa. Aline, Daniel e eu fomos fotografados pelo Rodrigo Schmidt. A imagem acima é uma das fotos que ilustram a matéria. A íntegra já está na internet. Para ler, basta clicar aqui. Ou dar um pulo na banca até o final de agosto. Reproduzo um trechinho:

Coisa boba é pai. Leva um chute e fica todo pimpão, esperando um replay. “Chuta o papai, chuta.” Papai. Engraçado, isso. Mudar de nome de uma hora para outra, aos 31 anos. Em casa, na escola ou no trabalho, já fui chamado por diferentes apelidos. Também respondo quando me chamam de Filho – embora apenas duas pessoas tenham o hábito de me chamar assim. Dá uma sensação boa, de conforto e segurança, ser chamado de Filho. Mas pai? Pai dá um baita medo. Enche a gente de orgulho – “Fui eu que fiz” – mas, ao mesmo tempo, traz um monte de preocupações. Será uma criança saudável? O dinheiro será suficiente? Vou saber educar? É verdade que muito pouco se diz sobre os pais. Raramente alguém se interessa em saber como é a gestação do NOSSO ponto de vista. Todo mundo só quer saber da mãe: como ela está? Depois do parto, o centro das atenções será o bebê: tudo bem com ele? Chegam mesmo a dizer que o papel do homem termina no momento da concepção. Bobagem. A melhor gravidez é aquela que se vive a dois. A três, para ser exato. A quatro (se forem gêmeos), e assim por diante.