sábado, 26 de março de 2011

Na minha mão é mais barato

Outro dia o Rafael chegou até minha mesa e me mostrou um cartão azul. "Disk ingresso". Mais embaixo, um número de celular. Duas semanas antes, ele havia dado início à apuração de uma reportagem sobre a atuação dos cambistas em São Paulo. Valia de tudo: jogos de futebol, shows internacionais, baladas com ícones da música eletrônica se apresentando nas pick ups. Sua missão era desmontar, decifrar, descobrir todos os esquemas utilizados por esses intermediários de elite, essa tropa de fornecedores que ganham a vida cobrando ágio em troca da conveniência de oferecer bilhetes de última hora a quem não conseguiu ou não quis comprar entradas pelo preço oficial, por telefone, internet ou nas bilheterias. O resultado está na matéria de capa da edição de Época SÃO PAULO que chega hoje às bancas da região metropolitana, de graça para quem comprar a Época.


Rafael Barifouse é carioca, radicado há quatro anos em São Paulo. Está conosco desde dezembro e assina, agora, sua primeira matéria de capa - a primeira capa na Época SÃO PAULO, após ter feito uma porção delas na Época Negócios, seu endereço anterior. Por dois meses, testou toda forma de cambismo que conseguiu encontrar. Homens e mulheres, pobres e ricos, velhos ou novos, há de tudo no câmbio negro do entretenimento paulistano. Para a revista, ele conseguiu listar seis tipos diferentes de cambistas, desde o falsificador de ingressos até o que tem "compadres" infiltrados nas empresas que organizam eventos e, de lá, conseguem desviar lotes inteiros de entradas. Rafael também foi à polícia para cobrar explicações: por que não se faz nada para coibir esse mercado, responsável por esgotar mais cedo os ingressos oficiais e inflacionar seu preço? Tudo isso você encontra na revista. E corra para adquirir a sua, antes que elas acabem e você tenha de recorrer a um cambista.

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