sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A marvada do timão

Dia desses, escrevi um post intitulado "porco e tricolor" e, em razão do título, despertei algum estranhamento em meus amigos - eles não se conformavam, à primeira vista, com o fato de eu escrever sobre futebol. Logo eu, que, embora saiba as regras de impedimento, sou um alienado em matéria de escretes, arqueiros, líberos e corners. O post da discórdia, no caso, não tinha nada a ver com futebol. Era sobre torresmo, delicioso quitute feito de porco e que, por definição, tem de apresentar três cores distintas, em faixas bem definidas: a da carne, a da gordura e a da pele. Os estrilos da oposição me deixaram cabreiro. Pus-me a cogitar uma estratégia qualquer que me permitisse driblar a ignorância futebolística e, ao menos uma vez, postar qualquer coisa sobre a maldita paixão nacional. Eis que, sorte minha, surgiu há pouco uma excelente desculpa para que eu, finalmente, possa escrever um post que não apenas tangencia o gramado como funciona como complemento para o querido torresmo homenageado semanas atrás. Acaba de chegar ao mercado a cachaça A Corinthiana, veja você.


Fazia algum tempo que a nação alvinegra não encontrava um bom motivo para comemorar. Depois de um primeiro semestre vintage, em que o time do Parque São Jorge trocou o amargo sabor da segunda divisão pela doce conquista do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil (garantindo antecipadamente a vaga para a Libertadores), o Corinthians já se preparava para terminar o ano jururu, sem nenhum título em disputa e nenhum grande jogo pela frente. Nem escândalo - coisa que faz tanta falta quanto êxitos em campo. A poucos meses de 2010, quando o Timão completará um século de glórias e fracassos, surge o bom motivo esperado. Chega às quadras da Gaviões, diretamente de Itatiba (SP), onde é produzido, e promete antecipar o carnaval para dezembro. Chega engarrafado, em três versões distintas, conforme o tempo de amadurecimento e a madeira utilizada nos tonéis: a “prata” descansa por seis meses em dornas de jequitibá-rosa e custa R$ 30, a “ouro” amadurece por um ano em tonéis de carvalho e custa R$ 45, e a “premium” envelhece por cinco anos, também em carvalho, e vale os R$ 65 impressos na etiqueta.
Provei a premium, a mais pó-de-arroz das pingas do clube. E, considerando o sabor da malvada, arrisco afirmar que o pessoal do Parque São Jorge já tem uma ótima alternativa profissional, eficaz e melíflua, para o caso de o esquadrão em campo continuar trançando as pernas no ano que vem.

2 comentários:

  1. Pinga e corintiano. Tá, tudo bem. Entendi.

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  2. kkkk Pois é ..até nas analogias Corinthianos e gostos do povão se dão bem !!

    ótimo texto ...

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