
O pesar diante da real vocação de Brasília, aquela que se verifica todos os dias, se avoluma ao toque dos surdos e tamborins. Passados 50 anos, Brasília não confirmou as expectativas nela depositadas, nem deve confirmar tão cedo. É triste, para um brasileiro que comparece às urnas e admira o desenho daquela cidade, acompanhar a evolução de tantas alegorias, cantarolar o samba diante da televisão e registrar a cadência de belas cabrochas quando um governador permanece preso, com habbeas corpus negado, e o vice não tem legitimidade sequer para assumir o posto. É triste aguardar um cinquentenário desses quando maços de dinheiro são distribuídos por bolsos e roupas, as mais diversas, com a desenvoltura de quem parece entender do riscado. É triste observar a capital da esperança assim, tão jururu.
Que esse inferno astral termine logo.
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