João Luiz e Douglas Lora, do Brasil Guitar Duo,
se apresentam com a Osesp e interpretam peça
inédita de Paulo Bellinati. Apenas até este sábado
inédita de Paulo Bellinati. Apenas até este sábado
O compositor e violonista Paulo Bellinati é o autor
de Concerto para Dois Violões e Orquestra. A peça
de Concerto para Dois Violões e Orquestra. A peça
já nasce como um marco na música brasileira
Conheci Bellinati numa dessas incursões pelo mundo da viola. Faz tempo, já, coisa de oito anos. Ele era um dos jurados no 2º Prêmio Syngenta de Música Instrumental de Viola, que girou o país para prestigiar as composições inscritas por violeiros de tudo que é Estado, de tudo que é ritmo, do pagode paulista ao siriri cuiabano, do armorial de Pernambuco ao fandango do Paraná. Eu estive na maioria das eliminatórias, como jornalista, documentando aquele concurso inédito, entusiasta que era e ainda sou do mais brasileiro dos instrumentos (embora a viola tenha surgido em Portugal, é fato que ela se naturalizou por aqui já no século XVI). Se eu já o admirava pela gravação que fizera com Mônica Salmaso dos indispensáveis Afro-sambas de Baden e Vinícius, e também pelo resgate da obra de Garoto e pelo multifacetado CD Lira Brasileira, de composições próprias, criei por ele a maior simpatia após meia dúzia de pequenas viagens, nas quais tomávamos o mesmo avião, nos hospedávamos no mesmo hotel e partilhávamos as mesmas refeições. Aprendi com ele que a viola é instrumento riquíssimo, com a sonoridade cheia que lhe é característica, e que tem uma característica que, por mais que alguns músicos tentem, jamais se conseguirá tirar dela: o DNA de brasilidade rural, simples, campestre. Penso que Paulo Bellinati é um pouco parecido com a viola. Na sua obra, seja qual for o estilo que ele toque, a gente sempre percebe a poesia da música popular brasileira, mesmo que residual, prosaica e singela. Ouvi-lo traz a sensação reconfortante de lembrar de casa, onde quer que a gente esteja. Êta, trem bão! Tomara que esses rapazes do Brasil Guitar Duo, exímios violonistas de dreads no cabelo e sorriso cativante, gravem logo esse concerto. Pra gente poder ouvir no carro, baixar no iPad. O sertão, afinal, está em toda parte, até mesmo nas traquitanas do Steve Jobs, por que não?
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